24 setembro 2006

Domme (Parte 1)

O conceito do/da amante está sempre contaminado com a questão do proibido, do adultério, do que não pode ou não deve ser formalizado. Para mim, não é nem uma coisa, nem outra: para mim, meu amante é aquele que não tem compromissos mas também não tem necessidade de ser meu namorado, não vemos porque nos compromissarmos além das noites que estamos juntos, nem sempre com sexo mas um compromisso de termos nossos momentos de carinho e de intimidade.
Costumo tê-lo como o único amigo que eu tenho que faz amor comigo. Notem o detalhe: faz amor, não transa. É engraçado como nossas noites de amor são de verdadeiros apaixonados, mesmo quando as fantasias que nos permitimos são para lá de sensuais, beirando a loucura.
Foi em uma dessas fantasias que embarquei numa quinta-feira de calor tórrido em São Paulo. Ele me mandou um e-mail com a seguinte frase: “Você tem alguma coisa para hoje à noite? Tive uma idéia que acho que você vai gostar muito”. Estava no meio de um relatório chatíssimo, com uma previsão de viagem que eu não queria fazer, tensa, com vontade de sair daquele escritório e estar em qualquer lugar, menos ali e aquela pergunta me prometia momentos intensíssimos com aquele meu amante tão querido.
Cliquei no botão “Responder” e devo confessar que mordi os lábios de ansiedade. Por mim, não seria à noite, seria agora. Escrevi: “Menino lindo, você acha que com um convite desses eu teria alguma coisa? Se tivesse, cancelaria tudo. Estou cansada, tensa e preciso de você. Agora, quanto à sua idéia, veja lá o que você vai aprontar.Passe no meu apartamento às nove. Beijo na boca. Nana”.
Eu fico pensando muito quando esse guri arranjar uma namorada, coisa que para mim será inevitável. Tenho certeza que vou morrer de ciúme, já que se Flávio não é bonito, é um homem raro, que não se encontram muitos no “mercado”.
O dia passou e saí do escritório as oito horas da noite, já que me esqueci que meu carro entrava no rodízio e não poderia sair antes sob risco de uma multa que não estava nem um pouco à fim de pagar. Cheguei em casa às oito e meia e dei ordem ao porteiro para permitir a entrada de Flávio tão logo ele chegasse.
Naquela semana, minha irmã estava instalada na casa do namorado, portanto eu poderia ficar à vontade, sem ter que ir para lugar nenhum. Verifiquei a correspondência e deixei-a junto a minha pasta em cima da mesa.
Entrei no banho e deixei a água morna escorrer pelo meu corpo. Como foi bom! Apesar de ser calor, detesto tomar banho frio, na verdade, sinto a água como um outro corpo a envolver o meu, um grande abraço.
O meu “cheiro” oficial naquelas noites é o de erva-doce, do xampú ao sabonete. Aliás, estava lavando os cabelos quando consegui ouvir a porta abrir, já que Flávio sabia que quando autorizava a entrada, a porta sempre estava aberta.
Ele chegou próximo à porta do banheiro e anunciou-se
- Nana! Sou eu! Tudo bem?
- Tudo bem querido! Estou terminando meu banho. Quer entrar?
- Hoje não! Eu te espero. Trouxe um vinho, tOba! Espera que eu já estou saindo. Só uns minutinhos.
Se causou surpresa o fato de ele não ter entrado no banheiro, logo ele que adorava tomar banho comigo? Sim e não. Isso significava que ele estava aprontando alguma, com certeza.
Saí vestida no meu roupão branco e antes de entrar no quarto para me vestir, fui dar-lhe um beijo. Ele me abraçou tão gostosamente, fazendo que meus seios colassem em seu peito, num daqueles abraços que não se esquecem e um beijo suave em minha boca.
_ Huuum... - murmurei – Estava precisando tanto disso... Espera que eu vou trocar de roupa.
_ Não precisa, Nana... Fique à vontade, não esquente a cabeça. Você já jantou?
_ Ainda não, acabei de chegar! Fiquei presa no rodízio, não podia sair. Cheguei e fui tomar um banho.
_ Importa-se em comer pizza ou quer alguma coisa diferente?
_ Pode ser pizza. Pede naquele lugar da última vez, foi ótima. E você trouxe vinho?
_Sim, um vinho branco e um tinto. Vamos tomar o tinto enquanto o branco fica gelado.
Ele ligou para a pizzaria e eu fui verificar a correspondência, separando as malas-diretas das faturas de cartão de crédito, contas e um volume de um livro que havia encomendado.
_ Olha, chegou meu livro!!! - falei animada para Flávio.
_ Qual?
_ Amores Insensatos do Junichiro Tanizaki. Esse livro tem uma personagem que tem o mesmo nome de uma amiga minha, Naomi. Só que segundo ela, essa Naomi é mais danadinha do que ela! - disse rindo.
_ Eu gosto de literatura japonesa, muito interessante.
_ Você sabe que eu tenho a maior admiração por você ler tanto, ter tantos livros! A minha biblioteca é tão anêmica, dá até dó.
_ Ah! Você se esquece que as palavras são meu material do dia a dia, né? Não consigo imaginar um jornalista que não reserve alguns minutos diários para ler alguma coisa fora do seu contexto profiisional...
Ah! Pois é: Flávio é jornalista, assessor de imprensa de um veículo de uma importante entidade. Tinha um texto que eu admirava principalmente as entrevistas que ele conduzia tão bem.
_ Estava tão estressada hoje quando achei o seu e-mail! Que idéia que você teve?
_ Huuum.. Isso é para depois da pizza! Por equanto, venha aqui. Deita no meu colo!
_ Ai, querido! Assim eu não resisto! - disse entre risos.
Deitei-me em seu colo e recebi um beijo e despudoradamente ele tirou a faixa que fechava meu roupão.
_ Olha a janela seu doido! Toma cuidado que tem gente que pode ver!!!! - disse em um quase pânico.
_ Tá, Nana! Não se preocupa, ninguém vai ver através da cortina.
Aquelas mãos grandes em meus seios, envolvendo-os , massegendo-os com suavidade foi algo ao mesmo tempo extremamente sensível e altamente erótico, capaz de elevar o meu tesão às alturas.
_ Você tá muito safado hoje, hein querido? Você sabe que me deixa louca desse jeito, não é?
_É por isso mesmo que faço essas coisas com você, oras! Quero te sentir molhadinha, louquinha de desejo.
_ Parece que precisa muito... - disse, consciente de que não precisava nada. Em breve, com aquelas carícias ousadas, eu estaria totalmente pronta para recebê-lo dentro de mim, molhada, com a respiração entrecortada e desejosa de tudo e mais.
Nos beijamos na boca e ficamos nos acariciando, ele mais do que eu, especialmente na posição que eu estava. Não resisti quando ele pediu que eu me sentasse no sofá e ajoelhou-se à minha frente. Abriu meu roupão, beijou-me os seios a ponto de sentí-los sensíveis e visivelmente excitados. Daquela vez, não percorreu o caminho costumeiro mas colocou-me em uma posição onde coloquei minhas pernas em seus ombros e sua boca ajustou-se perfeitamente à minha xoxota.
_ Eu amo quando você tira todos os pêlos! - disse, levemente acariciando os lábios, pequenos e grandes, do meu genital, depois de molhar o dedo na boca. - Como você está perfumada!
Falando isso, abriu bem minhas pernas e colocou a língua sobre meu cuzinho. Permiti que ele colocasse a ponta do dedo e brincasse um pouco com ele, enquanto deslizava a língua pela minha virilha, algo que me excitava particularmente.
Cada vez estava mais preparada para ele mas imaginava que talvez ele não quisesse me penetrar e era exatamente isso que ele não desejava fazer. Penetrou-me com a língua e reproduzia com ela os movimentos de entrar e sair que me fizeram delirar.
Percorreu o caminho que separava de onde estava até o meu moranguinho que nesse momento estava inchado de tanta excitação. Quando ele colocou a língua lá, soltei um longo gemido de tesão. Talvez Flávio fosse o único que eu poderia dizer que tinha a sensibilidade de fazer bem feito, apenas comparável com algumas meninas que faziam parte da minha vida sexual. Porque? Ele não tinha pressa, deslizava lentamente a língua em meu moranguinho, não esquecia de sugá-lo, beijá-lo, mordê-lo.
_ Ai que tesão, querido! Morde meu grelinho, morde! Ai que gostoso! Mais! Quero mais! - era o que dizia eu àquele homem maravilhoso, ao mesmo tempo que acariciava seus cabelos.
_ Isso, minha gostosa! Geme! Geme de tesão! É assim que eu gosto.
E eu também gostava. Não foi necessário muito para que meu gozo viesse, na verdade, foram alguns poucos minutos de uma competente sessão de sexo oral para que eu empurrasse sua cabeça na direção da minha xoxota e esfregasse meu grelo para que explodir em seguida em um indiscritível orgasmo. Lambuzei seu rosto com minha abundante secreção e beijei-o tão logo as sensações arrebatadoras do orgasmo acalmassem por si próprias.
_ Quero você dentro de mim! - disse-lhe, desejosa de dar o mesmo prazer que alcançara.
_ Ainda não, Nana! Mais tarde.
_ Porque não agora? - perguntei.
Como a me responder o interfone tocou. Levantei ainda mole, ajeitei o roupão e fui atender. Era a pizza que havia chegado. Com a onda de violência que se abete por aí, os entregadores não subiam e perguntei à Flávio se ele podia descer.
_ Queria tanto te dar prazer, agora! - disse-lhe quando ele me beijou.
_ Você vai, depois de jantarmos. Aliás, tenho uma surpresa para você!
Sim, a surpresa, eu havia me esquecido. O que seria? Fosse o que fosse, teria de esperar até depois do jantar.

(Fim da parte 1)

10 setembro 2006

Ontem à noite

Você se lembra quando fizemos amor embaixo do chuveiro? A água corria sobre nossos corpos, permitindo com que as nossas mãos deslizassem livermente em nossos corpos com fragrâncias, perfumando e despertando desejos.
Eu me ajoelho à seus pés e, com a mão em suas pernas, abocanho seu membro rígido e desejoso de mim. Ouvir seus gemidos me enlouquece, me faz umidecer também por dentro, umidade que tem seu gosto particular e que sei que você adora. O mesmo tratamento recebo de sua boca, no meu grelinho inchado, provocando gritos que não reprimo.
Você pede e eu apoio minhas mãos na parede e permito que você me penetre com força, batendo em meu traseiro, me tratando como a fêmea que sou.
Seu gozo vem e agora é você que, ajoelhado a minha frente, suga meu grelo e me faz ter um prazer que não há paralelo, intenso, fantástico, inesquecível. Você é o único que me pede para gritar e eu grito, sem qualquer reserva, sem me importar com nada.
É essa lembrança que me aquece quando me masturbo deitada na cama, com as pernas abertas, um vibrador espalhando sons contínuos e prazeres imediatos.